sábado, 22 de novembro de 2008
MANGAS
Olha o que me faz feliz atualmente: comer mangas. Não, mas não é simplesmente comer mangas. É comer mangas com a Nicole. Quando eu chego à tarde do trabalho e a vejo do portão, e percebo que ela me reconhece e sorri, isso já me fez ganhar o dia! Depois é o ritual da manga: recolho algumas do meu quintal, sentamos lado a lado e corto pedacinhos de manga, que ela, cuidadosamente, pega e coloca na boca. Esse é o nosso ritual diário da manga. Que coisa mais besta e que me faz tão feliz. Eu cansada de guerra, exausta, ao sentar-me do lado daquela figurinha minúscula, com dedinhos tão pequenos, esperando o tal pedacinho de manga.... hum, as mangas nunca foram tão deliciosas, colhidas no quintal mesmo, tenras e suculentas. O céu, o vento que bate na varanda, o som dos passarinhos, tudo isso me faz esquecer tantas coisas que eu deixei pra trás e que ali, naquele momento único e mágico, ficaram esquecidas, nessa nova experiência, com aquela menininha tão pequenininha e frágil. Obrigada Nicole, por me fazer sentir novamente o gosto e a beleza das mangas. Beijos, Fátima
ESCREVER
AS VEZES, EU NÃO TENHO ASSUNTO. TENHO MIL COISAS PRA DIZER , MAS FALTA-ME O INTERLOCUTOR. PARECE-ME, QUE É MESMO ASSIM, NÓS MESMOS FALANDO COM AS NOSSAS DORES, SOZINHOS, TERRIVELMENTE SOZINHOS. SOZINHOS. E TEM AINDA O CANSAÇO. ESTOU CONSTANTEMENTE CANSADA. GOSTARIA DE ACORDAR LEVE E VOLTAR LEVE PRA CASA. MAS O CORPO PESA, O MÚSCULO DOI, ESTOU PESADA. PESADA PORQUE CARREGO COISAS DEMAIS COMIGO. COISAS QUE TENHO QUE DEIXAR PRA TRÁS. COISAS DAS QUAIS EU NUNCA VOU SENTIR FALTA. PRA QUÊ EU AS CONSERVO? ESTOU DEIXANDO IR, NÃO QUERO CUIDAR, NÃO QUERO ADMINISTRAR NADA ALÉM DO NECESSÁRIO, OU NO MÁXIMO ESCOLHER DUAS OU TRÊS COISAS, NÃO MAIS QUE ISSO.
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segunda-feira, 15 de setembro de 2008
FLORES
Um dia quando,
por fim
os meus olhosse fecharem
e eu não puder mais ver as cores
as flores serão, para mim
apenas uma lembrança e um aroma
LEMBRANÇAS
Eu acordeie
ele estava ao meu lado,
sorrindo, feliz.
Com os olhos fechadosficavamos
os dois,vendo entrelinhas....
Manhã de domingo
cheiro de café quentinho
migalhas de pão
beijos e silêncios.
Um dia eu acordei
e ele não estava mais lá.
Olhei, procurei
mas, apenas continuei
ouvindo os seus passos
no oco vazio da minha casa.
CORES
A bolsa,
Roxa.
A boca,
rosa.
O espelho,
prata.
O olho,
preto.
A alma,
negra.
STAND BY
Unhas roídas
Pontos.
Espera.
Crochetando a vida.
Cada nó
é um início
e um fim
de linha.
PORTÃO
A espera
sempre
longa
silenciosa
quieta
O portão
as flores cor-de-primavera
os pássaros mágicos
tudo
quietude
infinita
tempo suspenso
silêncio
à espera
TOCA!
Meu telefone
nunca toca
ou ele é mudo
ou seria eu surda?
Acho ,apenas,
que não estou ouvindo....
ILHABELA
Sol
céu
seu
sal
seu
sol
sem
céu
eu
sem
sol
só
Um dia quando,
por fim
os meus olhosse fecharem
e eu não puder mais ver as cores
as flores serão, para mim
apenas uma lembrança e um aroma
LEMBRANÇAS
Eu acordeie
ele estava ao meu lado,
sorrindo, feliz.
Com os olhos fechadosficavamos
os dois,vendo entrelinhas....
Manhã de domingo
cheiro de café quentinho
migalhas de pão
beijos e silêncios.
Um dia eu acordei
e ele não estava mais lá.
Olhei, procurei
mas, apenas continuei
ouvindo os seus passos
no oco vazio da minha casa.
CORES
A bolsa,
Roxa.
A boca,
rosa.
O espelho,
prata.
O olho,
preto.
A alma,
negra.
STAND BY
Unhas roídas
Pontos.
Espera.
Crochetando a vida.
Cada nó
é um início
e um fim
de linha.
PORTÃO
A espera
sempre
longa
silenciosa
quieta
O portão
as flores cor-de-primavera
os pássaros mágicos
tudo
quietude
infinita
tempo suspenso
silêncio
à espera
TOCA!
Meu telefone
nunca toca
ou ele é mudo
ou seria eu surda?
Acho ,apenas,
que não estou ouvindo....
ILHABELA
Sol
céu
seu
sal
seu
sol
sem
céu
eu
sem
sol
só
terça-feira, 6 de maio de 2008
poemeu
INCENSO
Olhos tigrinos,Febris.
Olhos sabor aniz.
Intensos.
Olhos Negros.
Incensos.
A me fitar.
Sem pensar
Me jogar.
Mergulhar!
Olhos tigrinos,Febris.
Olhos sabor aniz.
Intensos.
Olhos Negros.
Incensos.
A me fitar.
Sem pensar
Me jogar.
Mergulhar!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
DONA GEORGINA
Numa dessas viagens loucas e inesperadas, fui parar em Santa Bárbara do Oeste, local onde se passa a ação de um roteiro que estou escrevendo, sobre a história da gata assassina que matou o padre. Mas essa é uma outra história. Por um acaso do destino fui parar no sítio da Dona Georgina, que sabe como ninguém trabalhar com os retalhos, criando lindos trabalhos que em breve vou colocar aqui no baú pra todo mundo ver. Sempre acho que é o meu santo protetor que me guia nessa descobertas, São Flávio Império, que Deus o tenha! Ele é o santo protetor de todos os figurinistas e cenógrafos do Brasil, que sempre têm "aquele" orçamento e "aquele" tempo pra criar e confeccionar tudo o quê o seu diretor quizer...
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